sábado, 8 de agosto de 2020

A única saída possível: justiça para Marielle

 

Foi no dia 14 de março de 2018, que um crime mudou para sempre a História do Brasil e do mundo. Nesta data, foram brutalmente assassinados a defensora de direitos humanos e parlamentar no exercício do seu mandato Marielle Franco e seu motorista, Anderson Gomes. Suas mortes levaram consigo sonhos individuais e coletivos, a alegria de duas famílias e uma interlocutora fundamental para uma série de cidadãos e cidadãs do Rio de Janeiro que eram beneficiados pela atuação de Marielle, incluindo aí jovens, negros e negras, moradores de favelas, mulheres, pessoas LGBTI, policiais vítimas da política de segurança pública e seus familiares. A demora na solução deste caso arrasta consigo a credibilidade de autoridades e instituições brasileiras.

Infelizmente, Marielle não foi a primeira defensora de direitos humanos a ser vítima de violência no Brasil, mas a repercussão de sua história, somada à demora em dar respostas por parte das autoridades, ressoa cada vez mais alto nos ouvidos de todas as pessoas que atuam pela defesa do bem coletivo: vocês não estão seguros e seguras. Pior, somamos cada vez mais vítimas, como é o caso do indígena Paulo Paulino Guajajara, assassinado no início do mês no Maranhão. Ele era um guardião da floresta e defendia o território de seu povo.

Desde as primeiras horas dos assassinatos da Marielle e Anderson, a Anistia Internacional cobrou justiça. E, para nós, a justiça só estará garantida quando todos os envolvidos nessas mortes tiverem sido identificados, levados à justiça e submetidos a julgamentos justos, imparciais, transparentes e céleres. Hoje, 20 meses depois, estamos bem longe disso. O labirinto do caso Marielle Franco, que apresentamos no início deste ano e expressava 23 perguntas sem respostas relacionadas às execuções de Marielle e Anderson, só aumentou.

Nos últimos dias, assistimos a uma inundação de denúncias, acusações, disputas políticas, desencontros de versões e silenciamentos por parte daqueles que deveriam estar, desde o primeiro dia, trabalhando de forma colaborativa com o objetivo de esclarecer este caso: as autoridades políticas e policiais do Estado do Rio e do país. Como palco, a imprensa. A velocidade com que são publicadas e avidamente consumidas as inúmeras notícias com as reviravoltas das investigações mostram a sede da sociedade por informações sobre a elucidação do crime. É um sentimento legítimo de quem se vê, há tanto tempo, sem respostas.

Entretanto, é preciso ter calma. O que existe hoje não são respostas e há pouquíssimas e insuficientes versões oficiais. Assistimos a uma espetacularização em torno do caso, que traz consigo uma grande confusão e nos distancia cada vez mais da pergunta que realmente importa: quem mandou matar Marielle Franco, e por quê?

É fundamental que não fiquemos presos nas paredes desse labirinto. Nós, sociedade civil e comunidade global, que somamos mais de 780 mil pessoas que exigimos uma solução para o caso em petição entregue ao Governador do Rio, Wilson Witzel, e ao Procurador Geral do Ministério Público do Rio de Janeiro, Eduardo Gussem, em março deste ano, precisamos estar vigilantes e atentos. A quem interessa o vazamento de tantas informações que supostamente deveriam estar sob sigilo? Quem está por trás destes vazamentos?

Vazamento não é resposta e transparência não é quebra de sigilo. Desde o início das investigações, demandamos a criação de uma comissão de especialistas independentes para acompanhar os trabalhos e atestar se estavam obedecendo a todos os procedimentos legais e corretos. A guerra de informações a que assistimos agora de forma atordoante é impulsionada pela falta de transparência.

É imprescindível que as autoridades responsáveis pelas investigações disponham de todos os recursos para identificar os envolvidos neste crime bárbaro, doa a quem doer. À sociedade, pedimos cautela. Às autoridades, exigimos transparência e resposta. Não descansaremos até que se faça justiça para Marielle e Anderson, e até que todos os defensores e defensoras de direitos humanos estejam seguros para atuar neste país.

Frases de Nelson Mandela #4

 

Anistia Internacional cobra de Witzel solução sobre assassinato de Marielle

Depois do assassinato da vereadora carioca Marielle Franco (Psol) e seu motorista, Anderson Gomes, a Anistia Internacional cobrou novamente o governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC), a garantir esforços pela elucidação do crime, descobrindo seus mandantes e objetivos.

Os ex-policiais Ronnie Lessa e Élcio Vieira de Queiroz foram presos acusados de serem os executores do crime. Desde então, não há nenhum avanço importante no sentido de identificar os mandantes do crime e suas motivações.

A Anistia Internacional e a família de Marielle foram recebidas pelo governador e ouviram dele o compromisso de empenhar esforços na investigação. A organização encaminhou novos pedidos a Witzel e ao procurador-geral de Justiça do Estado, José Eduardo Gussen, renovando sua cobrança por resolução dos assassinatos e por informações atualizadas sobre os inquéritos policiais e outras ações investigativas em curso.


“No dia em que nos reunimos pessoalmente, 13 de março, o governador se comprometeu a empregar esforços e recursos para chegar à resolução do assassinato de Marielle Franco e Anderson Gomes. O procurador-geral de justiça assumiu o mesmo compromisso, mas desde então parece que pouco foi feito para descobrir quem mandou realizar o assassinato de  Marielle e por que. Ou para garantir que todos os envolvidos sejam levados à justiça. Isso coloca em questão o compromisso das autoridades com uma ação célere”, disse Jurema Werneck, diretora executiva da Anistia Internacional no Brasil.

A organização ressaltou que a prisão dos dois suspeitos de serem os autores materiais do assassinato de Marielle foi um passo importante. No entanto, os mandantes do crime ainda não foram identificados. “Não descansaremos até que tudo tenha sido esclarecido, até que todos os responsáveis por esse crime, tanto seus autores materiais quanto seus mandantes, tenham sido levados à justiça em um julgamento justo e até que o Estado ofereça proteção e apoio psicossocial às famílias de Marielle e Anderson.”

“Se os assassinos e os mandantes não forem condenados, será uma decepção muito grande para nós, para a sociedade no Brasil e no mundo também. É inadmissível que uma defensora de direitos humanos seja morta e, com toda a tecnologia que temos, não se chegue a essas respostas. Enquanto não chegarmos, não vamos parar”, afirmou Antônio Francisco, pai de Marielle.

Ontem, a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, solicitou a federalização do caso Marielle e Anderson. Se o Superior Tribunal de Justiça (STJ) aceitar o pedido, o inquérito sobre os assassinatos passará para a responsabilidade da Polícia Federal, saindo da Delegacia de Homicídios do Rio de Janeiro. Nesse caso, a Procuradoria-Geral da República (PGR) passa a ser o órgão de acompanhamento do processo. A decisão ficou a cargo do ministro Raul Araújo, relator do caso.

No início do ano, a Anistia divulgou 23 questionamentos que ainda precisavam ser respondidos sobre o assassinato de Marielle. Algumas foram respondidas ao longo do ano, sobretudo com a prisão dos ex-policiais. No entanto, ainda não há explicações sobre as conclusões das investigações realizadas pela Polícia Federal e o trajeto do carro usado no crime.

“Nunca é demais lembrar que o Brasil continua sendo um dos países mais perigosos para os defensores e as defensoras dos direitos humanos. Resolvendo o crime contra Marielle, o Estado poderia mostrar que não vai tolerar nenhum ataque contra os defensores dos direitos humanos. As autoridades precisam transmitir uma mensagem clara de garantia de proteção para quem luta pelo que acredita: a garantia dos direitos humanos para todos”, disse Jurema.

“Quando nos matam duas vezes, a luta negra ressurge outras mil”

 

A morte de uma mulher negra, socióloga, bissexual, oriunda do Complexo da Maré, feminista, política e ativista de direitos humanos e seu motorista negro no Rio de Janeiro choca pela tentativa de calar as vozes de todas as lutas embutidas naquelas identidades. Pós tragédia, uma nova trama de iniquidades foi urdida: questionamentos sobre seu ativismo, suspeitas sobre o passado e sugestões de associações ilícitas, prolongamento do sofrimento de seus entes queridos para descobrir os culpados pelo duplo homicídio. No Brasil, pessoas negras morrem ao menos duas vezes, portanto. A morte física é acompanhada de outra tentativa de genocídio, o de sua lembrança individual e coletiva.

Isso torna a batalha da memória social algo urgente. A propósito desta, destaque-se dentre outras homenagens, a ocorrida em 14 e 15 de março de 2019 por iniciativas dos cientistas sociais Pedro Meira Monteiro e João Bihel, docentes na Princeton University e organizadores do seminário Black Feminisms across the Americas: a tribute to political activist Marielle Franco. Ele já foi tema de alguns textos publicados pelas colunistas do Nexo Jornal, a cientista social Lilia Schwarcz e a historiadora Giovanna Xavier, ambas presentes àquela reunião.

O evento, no qual também estive e de onde emerge este texto, foi uma grande possibilidade de conexões, entre colegas brasileiros e estadunidenses, permeada dos afetos e dores da memória, por meio de triste coincidência de efemérides (aniversários de Abdias do Nascimento e Carolina Maria de Jesus; mortes de Marielle e Anderson), lembradas naqueles dias. Também de incentivos para pensar a vida negra, como sugeriu a filósofa e ativista Angela Davis em sua conferência, das lutas articuladas pelo feminismo negro. A crítica literária Marília Librandi, em seu discurso, chamou atenção para a necessidade da ação “prática da política da escuta”, presente nas reflexões de Davis: escutar todas as vozes naquele seminário foi um enorme aprendizado político e afetuoso.

O evento limite de 14 de março de 2018 desnudou, mais uma vez, machismo, misoginia, feminicídio, racismo, intolerância, fascismo, como alertou Fernanda Chaves, assessora de Marielle, em sua fala no documentário I will not be interrupted, de Débora McDowell e Jamille Dias, estreado no seminário. “Não serei interrompida”, frase tantas vezes dita pela parlamentar em suas intervenções na Câmara de Vereadores carioca e que permite a ressignificação da memória de sua morte, tal qual indicou Mônica Benício, ativista e viúva de Marielle, no filme: podemos nos ver como realmente somos, como sociedade brasileira. O que vamos fazer com isso daqui em diante?

Memória é poder. Pode-se deter o poder e conter a memória ou pode-se ser solidário e compartilhá-la, para que ela ganhe outros sentidos por quem não a viveu. Isto é um pouco do que ensinou Mônica Benício em seu discurso emocionante no evento, lembrando que lhe foi imposta uma vida que ela nunca quis. Mas que a partir de então, houve uma tarefa a ser construída, irmanando as diferentes vozes que se ergueram após aquele limiar. Nesta linha da solidariedade, a historiadora Giovana Xavier perguntou aos presentes sobre a diferença entre memória e legado.

A memória ritualiza e enlaça, como recordaram as antropólogas Imani Perry e Aisha Beliso De Jesús. Estávamos ali numa luta contra o esquecimento e uma forma de acolhimento de uma dor partilhada. Uma das facetas menos discutidas do racismo à brasileira é a prática social do esquecimento, que justamente interrompe os laços coletivos e afetivos. O legado é uma prática política também, que se constrói em ação a partir da memória ritualizada. O que fazemos cotidianamente com o que recebemos dos antepassados, dos nossos referenciais de luta? De que maneira a sociedade brasileira será capaz de reagir à brutalidade do assassinato de Marielle e Anderson, da crescente taxa de agressão a mulheres e feminicídios, particularmente de negras, de assassinatos de jovens negros entre 15 e 29 anos, grupo mais atingido segundo o Atlas da Violência?


Xavier nos recordou ainda quão importante é pensar Marielle não como uma precursora mas como uma importante continuidade de experiências negras políticas, intelectuais e ativistas. Ela contribuiu, com sua experiência, à “interseccionalidade de lutas” de que falava Davis: Feminista negra, Marielle conectou ativismo político e ativismo intelectual, luta pelo direito à cidade, pelos direitos lgbts (seu projeto de lei sobre visibilidade lésbica), os direitos das mulheres, a luta pela educação, a luta antirracista, pela desmilitarização da polícia e outras pautas. O feminismo negro em Marielle atuou como uma espiral ascendente de ativismos.

A socióloga Tianna Paschel também dissertou sobre a ideia de continuidade como foco. Reconstituiu de forma muito didática um histórico de lutas do movimento negro brasileiro entre os anos 1970 e 80 e como o movimento de mulheres negras emergiu em meio ao movimento negro pautando questões específicas e globais. Da luta contra o racismo e o direito à memória e educação, presentes nos ativismos negros de então, surge o debate sobre o machismo no mundo negro, a luta contra a esterilização da mulher negra, da saúde da população negra. Esse legado transformado historicamente da luta negra no Brasil produziu mulheres ativistas intelectuais negras como Lélia González, Beatriz Nascimento, Sueli Carneiro, Luiza Bairros, Jurema Werneck, que foram inspiradoras para Marielle, entre outras.

Esta trajetória do feminismo negro no Brasil e movimento de mulheres negras brasileiras não pode ser esquecida, tampouco menorizada em sua abrangência, como nos lembrou Angela Davis. Em seu discurso, ela fez uma crítica central ao ensimesmamento colonizador que o debate pode assumir sobre o feminismo e o feminismo negro dos EUA, caso fique reservado às suas barreiras geográficas. Ela citou todas aquelas mulheres brasileiras em sua fala (além de Carolina Maria de Jesus) e afirmou ter conhecido Lélia pessoalmente nos anos 1980. González, que cunhou a ideia fundamental de um feminismo Amefricalatino, ou seja um feminismo negro que ultrapassasse as barreiras transnacionais, já que a luta contra a opressão machista, capitalista e patriarcal desconhece fronteiras nacionais, caso objetive ser emancipatória. Angela Davis chamou aquelas mulheres e também Marielle – que lamentou não ter conhecido pessoalmente – de “minhas irmãs americanas”.


E as formas de luta coletiva ou individuais? A antropóloga Carolyn Rouse refletiu particularmente acerca de como desmantelar a casa do senhor/opressor [master’s house] desde dentro. A luta está em todo lugar, inclusive nos espaços da universidade, da política institucional, dos eventos acadêmicos. É necessário ocupar todos os espaços sociais, porque racismo, machismo e opressão capitalista estruturam nossas formas de viver. Assim, a opressora casa grande do senhor está em todo lugar. Marielle, segundo Rouse, compreendeu isso: Estudou sociologia na PUC-RIO, agiu na militância partidária, tornou-se parlamentar, recebeu votos da elite carioca da zona sul, sem perder suas redes com a Maré, com movimentos de mulheres negras. Desestabilizou espaços construídos de maneira inóspita aos seus marcadores sociais de diferença. É semelhante à ideia de Lélia González em seu livro Lugar de Negro, publicado em 1982, onde questiona a ideia de lugar naturalmente subalternizado do negro e como destruir tal naturalização.

Angela Davis fez ainda defesa de um ativismo intelectual na universidade. Ela afirmou que estar na academia não pode ser desculpa para não fazer nada. Professoras e professores formam e treinam pessoas para fazer coisas melhores no mundo, como as mulheres que fundaram o movimento internacional Black Lives Matter como ela recordou. Também é importante não perder as redes com o que acontece fora da universidade e produzir conhecimento. Assim conectou memória coletiva, legado, produção de conhecimento, continuidade e ativismo intelectual na academia e fora dela, ao recordar a história de Rosa Parks e a necessidade estudar sua história, conhecer sua trajetória e ir além da imagem da mulher que se recusou a ceder lugar a um homem branco no ônibus. Rosa foi espiã da NAACP [Associação Nacional para o Progresso das Pessoas de Cor, investigadora de casos de estupro no Alabama e organizadora de redes de mulheres ativistas. Quanto sabemos disso?

Os atos do seminário recordaram que a luta emancipatória, particularmente do feminismo negro, não trata de indivíduos ou de vaidades pessoais. Intelectuais, mesmo negras e negros, algumas vezes, parecem esquecer isso, nesses tempos de curtidas instantâneas e adorações rápidas das redes sociais. O centro da ação é estabelecer e recordar redes, conectando lutas e trajetórias em uma longa linha de ações, nem sempre reta e muitas vezes tracejada pela violência física e simbólica do esquecimento e do calar de vozes. A luta contra o genocídio negro é uma tarefa coletiva antirracista também pela batalha da memória e a dignidade da narrativa da vida negra.


Frases de Nelson Mandela # 3

 

Frases de Mariele Franco #2

 

Jardim Marielle Franco é inaugurado em Paris


 Aconteceu no sábado (21-09-2019) a cerimônia de inauguração de um jardim em homenagem à vereadora brasileira Marielle Franco, assassinada em março de 2018 no Rio de Janeiro. Além de várias personalidades políticas e militantes franceses e brasileiros, familiares da ativista estão na cidade especialmente para o evento.

Aprovada pelo Conselho Municipal de Paris, a homenagem é fruto de um pedido de várias associações, encabeçadas pela RED.Br – Rede Europeia pela Democracia no Brasil. A prefeitura viu na iniciativa uma prova do “engajamento da capital na defesa dos direitos humanos pelo mundo, mas também da defesa dos políticos em perigo”, segundo comunicado divulgado na véspera da inauguração.

A inauguração acontece às 15h em Paris (10h em Brasília). Está prevista a presença de Alexandra Cordebard, prefeita do 10° distrito, Patrick Klugman, Pénélope Komitès e Paul Simondon, chefes de diferentes secretarias muncipais, além de Silvia Capanema, presidente da RED.Br. Do lado brasileiro, participam Antônio Francisco da Silva Neto, Marinete da Silva e Luyara Francisco dos Santos, respectivamente pai, mãe e filha de Marielle, que estão na capital especialmente para a ocasião. Renata da Silva Souza, deputada estadual do Rio de Janeiro e ex-chefe de gabinete da vereadora do PSOL também participa da cerimônia. Já Monica Benício, viúva de Marielle, será representada por Stéphanie Palancade.

A inauguração acontece dois dias após o nome da vereadora ter sido indicado para a edição 2019 do Prêmio Sakharov de direitos humanos. Também fazem parte da lista três outros brasileiros: o líder Caiapó Raoni, o ex-deputado federal Jean Wyllys (PSOL) e a defensora da Amazônia Claudilice Silva dos Santos.

Manifestações de solidariedade

A morte de Marielle Franco suscitou inúmeras manifestações de solidariedade na França. Além de protestos organizados pela comunidade brasileira que vive na cidade, vários responsáveis políticos exprimiram sua indignação após o crime.

A foto da vereadora ficou durante meses exposta em diversos lugares da capital. Alguns prédios, entre eles o da prefeitura, chegaram a colocar a imagem da brasileira em suas fachadas.

O jardim Marielle Franco, situado ao logo da via férrea no 10° distrito da cidade, é um espaço suspenso de 2.600m² ao composto por cerca de 70 árvores, a maior parte delas frutíferas. O acesso é feito pela rua d’Alsace.

Jardim Marielle Franco junto à Gare de l’Est, uma das principais estações de trem de Paris. (Foto: Imagem retirada do site  RFI) 





sexta-feira, 7 de agosto de 2020

67 citações impressionantes por Nelson Mandela

O Sr. Mandela deu 67 anos de sua vida lutando pelos direitos da humanidade. Selecionamos 67 citações, uma para cada ano de luta, para compreender Nelson Mandela (Madiba) através de suas palavras.
 
1-”Dedicamos este dia a todos os heróis e heroínas neste país e no resto do mundo que sacrificaram em muitos aspectos e entregaram suas vidas para que pudéssemos ser livres.
 
2-”Poucas coisas fazem a vida de um pai mais gratificante e doce como ver os filhos bem-sucedidos.” – Nelson Mandela
 
3-”Algumas coisas sempre parecem impossíveis até que sejam realizadas.” – Nelson Mandela
 
4- Sul-africanos não têm noção de tempo e isso também é por que não conseguimos resolver a pobreza e os problemas sociais … É agora 10 anos desde a queda do governo do Apartheid, e não podemos culpar o Apartheid depois de tanto tempo. – Nelson Mandela, 22 de agosto de 2003.
 
5-Ninguém sabe verdadeiramente o que uma é nação até que tenha estado dentro de suas prisões. Uma nação não deve ser julgada pela forma como trata seus cidadãos mais elevados, mas seus menos queridos.
 
6-”Não me julgue pelo meu sucesso, me julgue por quantas vezes eu caí e voltei de novo.” – Nelson Mandela
 
7-”O ressentimento é como beber veneno e, em seguida, esperar que ele mate seus inimigos.” – Nelson Mandela
 
8-Eu estou aqui diante de vocês, não como um profeta, mas como um humilde servo de vocês, do povo. Seus sacrifícios incansáveis e heróicos tornaram possível para que estivese aqui hoje. Por isso, coloco os restantes anos da minha vida em suas mãos. – Primeiro dia da sua libertação, Cidade do Cabo (11 Fevereiro de 1990)
 
9-Eu odeio a discriminação racial mais intensamente e em todas as suas manifestações. Eu lutei durante toda a minha vida, eu a combati, e vou fazê-lo até o fim dos meus dias. Mesmo apesar de acontecer agora de eu ser julgado por alguém cuja opinião eu tenho em alta estima, eu detesto mais violentamente o sistema que me rodeia aqui. Faz-me sentir que sou um homem negro no tribunal de um homem branco. Isso não devia ser assim – Primeiro declaração judicial de 1962
 
10-Nossas crianças são o nosso maior tesouro. Eles são o nosso futuro. Aqueles que abusam delas rasgam o tecido da nossa sociedade e enfraquece a nossa nação. – Homens Nacional `s de março de 1997
 
11-”Não há nada como voltar para um lugar que permanece inalterado para encontrar maneiras em que você se ve modificado.” – A Long Walk To Freedom, de 1994.
 
12-”O que vale na vida não é o simples fato de que termos vivido. É o que temos feito diferença na vida de outras pessoas que irão determinar o significado da vida que levamos “-. 90ª festa de aniversário de Walter Sisulu, Walter Sisulu Hall, Joanesburgo, 18 de maio de 2002
 
13-”Para ser livre não é apenas arrematar uma de correntes, mas viver de uma forma que respeite e aumente a liberdade dos outros.” – Long Walk to Freedom
 
14-”Que haja trabalho, pão, água e sal para todos.” – Nelson Mandela
 
15-Nunca, nunca e nunca mais deve deixar que esta bela terra volte a experimentar a opressão de um pelo outro e sofrer a indignidade de ser o esgoto do mundo – Nelson Mandela, Discurso Inaugural, Pretoria 09 de maio de 1994.
 
16-”Lutei contra a dominação branca e lutei contra a dominação negra. Eu estimo o ideal de uma sociedade democrática e livre na qual todas as pessoas possam viver juntas em harmonia com igualdade de oportunidades. É um ideal que espero viver, e ver realizado. Mas meu Senhor, se for preciso, é um ideal pelo qual estou preparado para morrer “-. Declaração de Defesa durante o julgamento de Rivonia, 1964
 
17-”Liderar nos bastidores – e deixar que os outros acreditem que eles estão na frente.” – Nelson Mandela
 
18-”Você afia suas idéias, reduzindo-se ao nível das pessoas que estão com você e um senso de humor e um relaxamento completo, mesmo quando você está discutindo coisas sérias, não ajuda a mobilizar os amigos ao seu redor. E eu amo isso “- A partir de uma entrevista com Tim Couzens, Verne Harris e. Mac Maharaj para Mandela: O retrato autorizado de 2006, 13 de agosto de 2005
 
19-”Eu fui chamado de terrorista de ontem, mas quando eu saí da prisão, muitas pessoas me abraçaram, inclusive os meus inimigos, e isso é o que eu normalmente digo às outras pessoas que dizem aqueles que estão lutando pela libertação do seu país são terroristas. Eu digo a eles que eu também era cnonsiderado um terrorista de ontem, mas, hoje, sou admirado pelas mesmas pessoas que disseram que eu era um “-. Larry King Live, 16 de maio, 2000
 
20-”O homem corajoso não é quem não sente medo, mas quem vence esse medo.” – Long Walk to Freedom
 
21-”A educação é a arma mais poderosa que você pode usar para mudar o mundo.” – University of the Witwatersrand, África do Sul, 2003
 
22-”Ninguém nasce odiando outra pessoa pela cor de sua pele, ou por sua origem, ou sua religião. As pessoas precisam aprender a odiar, e se elas podem aprender a odiar, podem ser ensinadas a amar, pois o amor chega mais naturalmente ao coração humano do que seu adversário “-. Long Walk to Freedom.
 
23-”Para ser livre não é apenas um ato de quebrar uma de correntes, mas viver de uma forma que respeite e aumente a liberdade dos outros.” – Nelson Mandela
 
24-”Se você quer fizer as pazes com seu inimigo, você tem que trabalhar com seu inimigo. Em seguida, ele torna-se seu parceiro. “Long Walk to Freedom
 
25-”A morte é algo inevitável. Quando um homem fez o que ele considera ser seu dever para com o seu povo e seu país, ele pode descansar em paz. Creio ter feito esse esforço e que, portanto, é por isso que vou dormir para a eternidade “-. Parte de uma entrevista para o documentário Mandela, 1994
 
26-Vivemos na esperança de que nossa luta refaça a África do Sul, será como um microcosmo do mundo novo que está se esforçando para nascer. – Discurso de aceitação do Prêmio Nobel de 1993
 
27-Eu assisti, junto com todos vocês, como as dezenas de milhares do nosso povo que esperou pacientemente em longas filas por muitas horas. Alguns dormindo no chão aberto durante a noite à espera de participar desta votação importante. – Discurso da vitória de 1994
 
28-Se você falar com um homem numa linguagem que ele compreende, isso entra na cabeça. Se você falar com ele em sua língua, que vai para o seu coração. – Nelson Mandela
 
29-Este é um dos momentos mais importantes na vida de nosso país. Eu estou aqui diante de vocês cheio de um profundo orgulho e alegria – orgulho das pessoas comuns, humildes deste país. Você tem mostrado uma calma, determinação, paciente para recuperar este país como o seu próprio, – e alegria que podemos proclamar em voz alta aos quatro ventos -liberdade! – Discurso da vitória de 1994
 
30-Eu sempre acreditei que o exercício é a chave não só para a saúde física, mas a paz de espírito. – Long Walk to Freedom
 
31-Uma boa cabeça e um bom coração são sempre uma formidável combinação. – Long Walk to Freedom-Long Walk to Freedom
 
32-A maior glória em viver não está em nunca cair, mas em levantar cada vez que caímos. – Long Walk to Freedom
 
33-Eu sempre soube que um dia eu voltaria a sentir a grama debaixo dos meus pés e andar na luz do sol como um homem livre. – Long Walk to Freedom
 
34-Não há caminhada fácil para a liberdade em qualquer lugar, e muitos de nós terá que passar pelo vale da sombra da morte de novo e de novo antes de alcançarmos o topo da montanha de nossos desejos. – Long Walk to Freedom
 
35-Qualquer homem que tenta me roubar a minha dignidade vai perder. -Long Walk to Freedom
 
36-Você pode ter sucesso em atrasar, mas nunca em impedir a transição da África do Sul para a democracia. – Long Walk to Freedom
 
37-As autoridades gostava de dizer que recebemos uma dieta equilibrada, que foi de fato equilibrada – entre o desagradável e o intragável. -Long Walk to Freedom
 
38-Eu andei nessa longa estrada para a liberdade. Tentei não vacilar, eu cometi erros ao longo do caminho. Mas eu descobri o segredo que depois de escalar um grande morro, só se descobre que há muitas mais montanhas para escalar. Tomei um momento aqui para descansar, para roubar uma visão da gloriosa vista que me rodeia, para olhar para trás na distância eu percorri. Mas eu posso descansar apenas por um momento, pois com a liberdade vem a responsabilidade, e eu não me atrevo a perder, por minha longa caminhada ainda não terminou. – Long Walk to Freedom
 
39-Eu realmente queria me aposentar e descansar e passar mais tempo com meus filhos, meus netos e, claro, com a minha esposa. Mas os problemas são tais que para qualquer pessoa com uma consciência que pode usar qualquer influência que ele pode ter para tentar trazer a paz, é difícil dizer não. [Falando com Newsweek sobre por que ele continua a ser ativo nas questões sociais e políticas, 2002]
 
40-Em Natal, o apartheid é um câncer mortal no meio de nós, estabelecendo de casa contra casa, e corroendo os laços preciosos que nos unem. Esta contenda entre nós desperdiça a nossa energia e destrói a nossa unidade. Minha mensagem para os envolvidos nesta batalha de irmão contra irmão é o seguinte: tome suas armas, suas facas e seus pangas, e jogue-os no mar! Fechar as fábricas de morte. Acabar com essa guerra agora! – Discurso Rally, Durban, 25 de fevereiro de 1990
 
41-Devemos usar o tempo com sabedoria e sempre perceber que o tempo é sempre oportuno para fazer o correto.
 
42-Nós não somos anti-branco, somos contra a supremacia branca … temos condenado o racismo, não importa por quem o professa. – Nelson Mandela, declaração de defesa durante o julgamento por traição de 1961
 
43-Falamos aqui do desafio das dicotomias de guerra e paz, violência e não-violência, do racismo e da dignidade humana, da opressão e da repressão, da liberdade e dos direitos humanos, pobreza e liberdade de querer. – Nelson Mandela – Nobel Lecture 1993
 
44-Estamos tanto humilhado e elevados pela honra e privilégio que vocês, o povo da África do Sul, depositaram em nós, como o primeiro presidente de uma Africa unida, democrática, não-racial e não sexista África do Sul, para tirar nosso país do vale das trevas.
 
45-Hoje estamos entrando em uma nova era para o nosso país e seu povo. Hoje não celebramos a vitória de um partido, mas uma vitória para todos os povos da África do Sul. – Nelson Mandela – Discurso Inaugural de 1994
 
46-O homem corajoso não é quem não sente medo, mas quem vence esse medo -. Nelson Mandela, Long Walk to Freedom, 1994
 
47-Devemos isso a todos os povos do sub-continente para garantir que eles vêem em nós, não apenas uma bom grupos de líderes lírico que falem sobre o desenvolvimento, mas como os comandantes da frente nos altos-fornos, de investimentos produtivos de trabalho e as mudanças visíveis. – Nelson Mandela, Comunidade de Desenvolvimento Sul Africano (SADC) 15 º aniversário da Cimeira, Joanesburgo 13 set 1995
 
48-Eu sou o produto da África e seu ponto de vista há muito acalentado de renascimento, que agora podem ser realizados de modo que todos os seus filhos podem brincar no sol. Último discurso de Nelson Mandela como presidente do Parlamento Africano do Sul, Cidade do Cabo 26 de março, 1999 -
 
49-Sul-africanos devem recordar o passado terrível, para que possamos lidar com ele, perdoando, pois o perdão é necessário, mas sem nunca esquecer. – Nelson Mandela, ao deixar o cargo de presidente Sul-Africano, 15 de junho de 1999
 
50-Eu devo descer, enquanto há uma ou duas pessoas que me admiram. – Nelson Mandela, Daily Nation, papel do Quênia, 16 de junho de 1999
 
51-O tempo é sempre certo para fazer o certo. – Nelson Mandela, “As 100 Melhores Coisas sempre ditas por Men” na revista Saúde da África do Sul dos homens, Fevereiro de 2002
 
52-O que eu estou condenando é que um poder, com um presidente [George W. Bush], que não tem previsão, que não pode pensar corretamente, agora está querendo mergulhar o mundo num holocausto. – Nelson Mandela – discurso Guerra do Iraque de 2003
 
53-A bondade humana é uma chama que pode ser oculta, jamais extinta. – Nelson Mandela
 
54-Um movimento sem uma visão seria um movimento sem fundamento moral
 
55-”Sou fundamentalmente otimista. Se isso vem da natureza ou a criação, eu não posso dizer. Parte de ser otimista é manter a cabeça apontada para o sol, os pés se movendo para a frente. Houve muitos momentos sombrios quando minha fé na humanidade foi duramente testada, mas eu não faria e não podia me entregar ao desespero. Dessa forma, seria a derrota e a morte. “
 
56-Sul-africanos devem recordar o passado terrível, para que possamos lidar com ele, perdoando-vos que o perdão é necessário, mas sem nunca esquecer. – Nelson Mandela, ao deixar o cargo de presidente Sul-Africano, 15 de junho de 1999
 
57-Nossa marcha pela liberdade é irreversível. Nós não devemos permitir que o medo de ficar no nosso caminho. O sufrágio universal em um rolo dos eleitores comuns, em uma África do Sul unida, democrática e não racial é o único caminho para a paz e harmonia racista.
 
58-Alguém realmente acha que eles não conseguiram o que eles queriam, porque eles não tinham o talento ou a força ou a resistência ou o compromisso?
 
59-Os nomes daqueles que foram presos em Robben Island é uma plêiade de combatentes da resistência e democratas abrangendo mais de três séculos. Se de fato este é um Cabo da Boa Esperança, que a esperança deve muito ao espírito da legião de lutadores e outros de seu calibre. – Discurso Inaugural de 1994
 
60-O povo da África do Sul tem falado nestas eleições. Eles querem mudar! E a mudança é o que eles vão conseguir. Nosso plano é criar empregos, promover a paz e a reconciliação, e para garantir a liberdade para todos os sul-africanos. Discurso Inaugural de 1994
 
61-O tempo para a cura das feridas veio. O momento para transpor os abismos que nos separam chegou. O tempo para construir está sobre nós
 
62-Sabemos muito bem que a nossa liberdade é incompleta sem a liberdade dos palestinos, sem a resolução de conflitos em Timor Leste, Sudão e em outras partes do mundo
 
63″Eu sonho com uma África que esteja em paz consigo mesmo.”
 
64-”Quando a água começa a ferver, é tolice desligar o fogo.”
 
65-Quando saí da prisão, senti que era a minha missão, para libertar os oprimidos e os opressores tanto
 
66-Eu não sou um santo, a menos que você ache que um santo seja um pecador que continua tentando fazer o seu melhor.
 
67- O sol nunca se estabelecerá em tão gloriosa conquista humana! Deus abençoe a África!
 

1990: Libertação de Nelson Mandela

 No dia 11 de fevereiro de 1990, o símbolo da luta da população negra contra o racismo na África do Sul era libertado, após passar 27 anos na prisão por seu engajamento contra o apartheid.

Todos reconheceram que a África do Sul estava diante de uma virada histórica quando o então chefe de governo, Frederik Willem de Klerk, anunciou, em 1990, a libertação de Nelson Mandela. Símbolo da luta da população negra contra o racismo, ele se tornara, ao longo dos 27 anos que passou na cadeia, o prisioneiro mais famoso do mundo e foi libertado em 11 de fevereiro daquele ano.

Nelson Rolihlahla Dalibhunga Mandela nasceu em 18 de julho de 1918. Seu pai era chefe da tribo Thembu, do povo xhosa. Nelson Mandela começou a estudar Direito na universidade para negros de Fort Hare, mas foi expulso por liderar uma greve estudantil. Em Joanesburgo, estagiou num escritório de advocacia e fez um curso de Direito por correspondência. Em 1942, graduou-se pela Universidade de Pretória.

Mandela ingressa no ANC

Já nos tempos de estudante, Mandela era engajado politicamente e ingressou cedo no Congresso Nacional Africano (ANC). A associação se empenhava em reivindicar direitos e melhorar a qualidade de vida da maioria negra oprimida pelos brancos na África do Sul – a princípio, através de contatos com lideranças políticas e cartas com pedidos de apoio; mais tarde, organizando greves e manifestações.

Em 1952, Mandela abriu o primeiro escritório de advocacia para negros de Joanesburgo, uma ousadia tremenda, num país em que o regime diminuía a cada dia os direitos da população de cor. A situação política interna escalou de tal maneira que, em 1960, a polícia abriu fogo contra os que participavam de uma grande manifestação em Shaperville. Saldo da violência: 69 mortos e centenas de feridos. O governo decretou estado de exceção e mandou prender vários militantes, entre os quais Nelson Mandela.

De prisão em prisão

O ANC e outros partidos e associações que criticavam o regime foram proibidos. Em dezembro de 1961, Mandela ajudou a criar a ala militante Lança da Nação, tornando-se o primeiro comandante da organização clandestina especializada em sabotagens. Em 1962, saiu escondido do país para pedir apoio, principalmente financeiro, à sua causa.

Ao retornar à África do Sul, ainda no mesmo ano, foi preso e condenado a cinco anos de prisão por participar da organização de protestos. Em outubro de 1963, Mandela e outros sete réus foram condenados à prisão perpétua, acusados de terem organizado 150 atos de sabotagem. Até 1981, ele esteve na temida prisão de Robben Island, perto da Cidade do Cabo. Mais tarde foi transferido para o presídio de alta segurança de Pollsmoor.

Depois de se tratar de uma tuberculose durante algumas semanas numa clínica, Mandela passou a viver numa casa, no pátio de outra prisão perto da Cidade do Cabo. Nos 27 anos em que ficou preso, a resistência dos negros sul-africanos contra o apartheid foi se tornando cada vez mais violenta. A comunidade internacional também aumentou a pressão contra o governo sul-africano através de sanções e boicotes.

Início das reformas na África do Sul

Ao assumir o governo em 1989, Frederik de Klerk reconheceu que reformas eram inevitáveis, para que o país não submergisse na guerra civil e no caos. Em fevereiro de 1990, cancelou a interdição do ANC, revogou algumas leis racistas e libertou Nelson Mandela. Os anos seguintes ainda foram bastante confusos, com a minoria branca tentando manter a supremacia, semeando a discórdia entre os grupos negros.

Até que, nas primeiras eleições democráticas em 1994, o ANC recebeu 60% dos votos e Nelson Mandela foi eleito presidente da África do Sul, cargo que ocupou até 1999. Em 1993, ele e Frederik de Klerk receberam o Prêmio Nobel da Paz "por seu engajamento em prol da conciliação e por sua coragem e integridade". Mandela morreu aos 95 anos em 5 de dezembro de 2013. 


Casa Marielle é inaugurada no Rio com exposição permanente sobre a história da vereadora



Espaço nasceu após uma campanha de financiamento coletivo feito pelo Instituto Marielle Franco, criado pela família da vereadora assassinada a tiros ao lado do motorista Anderson Gomes.

Foi inaugurada, na tarde deste domingo, a “Casa Marielle”, no Largo de São Francisco da Prainha, na Saúde, região central do Rio. O local, nasceu após uma campanha de financiamento coletivo feito pelo Instituto Marielle Franco — criado pela família da vereadora assassinada há quase dois anos. O espaço conta com uma exposição permanente do acervo pessoal e político da vereadora morta a tiros junto com o motorista Anderson Gomes, no Estácio, no dia 14 de março de 2018.

Mesmo com o forte temporal que se instalou no Rio, neste fim de semana, a rua em frente à Casa Marielle ficou lotada de admiradores da história da vereadora. A inauguração contou com apresentações de blocos carnavalescos, músicos e Djs.

Eleitor de Marielle, o advogado Guilherme Jorge, de 40 anos, disse que não teve a oportunidade de conhecer pessoalmente a vereadora, mas sempre admirou o trabalho dela. E, por isso, fez questão de ir à inauguração:

— Essa casa faz parte de um movimento essencial não só para manter viva a memória da potência política que a Marielle desenvolvia por sua representatividade como mulher, negra, pobre, LGBTQ+, mas também para fomentar novas lideranças. Fazê-la florescer em outras mulheres.


A deputada federal e amiga pessoal de Marielle, Taliria Petrone (Psol) ressaltou a importância do espaço como instrumento de expansão da política defendida pela vereadora e como forma de resguardar a memoria dela.

— Há quase dois anos a execução política e brutal de Marielle está sem solução. Um espaço que dedica um mês inteiro a memória da sua luta, à sua história, é fundamental não só para exigir justiça por ela e Anderson, mas para seguir espalhando pelo mundo as múltiplas resistências que Marielle carregava no corpo e na militância: pela vida e direitos do povo negro e favelado, pela liberdade de ser amar, pelo fim das mazelas sociais. Em tempos de tanto retrocesso, lembrar a Mari é seguir resistindo — disse Taliria.

A deputada federal Benedita da Silva (PT) esteve na inauguração. Pelo Twitter ela comentou:

“Participei, hoje, aqui no Rio, da abertura da ‘Casa Marielle’, que durante o mês de março (2 anos da morte de Marielle) receberá rodas de conversa, oficinas para jovens negras, LGBTIQs e da periferia. Marielle Vive! Marielle Presente! “.

Frases de Nelson Mandela #2

 

Frases de Marielle Franco #1



 

Frases de Nelson Mandela #1